Este é o primeiro artigo da Série “Da IA Clássica a IA Aplicada” composta de 3 partes:
- Parte 1- IA Clássica.
- Parte 2 – IC Inteligência Computacional.
- Parte 3 – Aplicações e Visão Futura da IA.
Vamos entender um pouco mais esses conceitos?
A criação da Inteligência Artificial (IA Clássica) se apoiou em alguns paradigmas, principalmente o conexionista e o simbolista, que hipoteticamente seriam o caminho mais adequado para se conseguir produzir máquinas “inteligentes”.
É notório que eventos históricos relacionados à evolução da computação tiveram influência significativa na IA clássica. Dentre os eventos relacionados ao desenvolvimento específico da IA destacam-se:
Ano 300 AC – origem do simbolismo e 1943 – McCulloch e Pitts propõem arquiteturas de redes neurais artificiais para gerar inteligência (origem do conexionismo).
Em 1956 o termo “Inteligência Artificial” foi proposto em uma conferência histórica na Universidade Darmouth, em Hanover nos EUA, onde se encontraram pesquisadores de ponta da área como McCarthy, Minsky, Newell e Simon, entre outros.
Em 1950, sentindo a necessidade de se criar uma definição operacional para “Inteligência”, Alan Turing propôs o “Teste de Turing”. Segundo Turing, o comportamento inteligente caracterizava como “a habilidade de se realizar tarefas cognitivas em um nível tal que se possa convencer um interlocutor humano de que ele estaria lidando com outro ser humano”.
Em 1957, Newell, Shaw e Simon propõem o “General Problem Solver”, a ideia era criar um programa genérico que pudesse resolver uma grande gama de problemas usando o modelo de IA conexionista.
Em 1958, McCarthy cria a linguagem LISP no MIT. Rosemblatt propõe o aprendizado em neurônios artificiais, chamados então de “Perceptrons”.
1959: Minksy e McCarthy criam o “Laboratório de Inteligência Artificial” no MIT. É desenvolvido um programa que joga damas e ganha dos melhores jogadores humanos da época.
Em 1964, Bobrow cria o “STUDENT”, um programa que resolvia problemas de álgebra de nível médio.
Em 1965, Buchanan e outros pesquisadores iniciam o projeto do sistema especialista DENDRAL. Lógica Fuzzy é proposta por Lotfi Zadeh.
Em 196, Minsky e Papert publicam o livro “Perceptrons”.
Em 1970 é criada a linguagem PROLOG por Colmerauer.
Em 1972 é criada a linguagem “SmallTalk” na XEROX (Kay).
Em 1974, Edward Shortliffe defende sua tese sobre o desenvolvimento do sistema especialista MYCIN. Surge o primeiro robô controlado por computador.
Em 1980 surgem sistemas especialistas com mais de 1000 regras.
Em 1982, John Hopfield “ressuscita” as redes neurais artificiais com uma publicação na área de otimização.
Em 1984, o programa RACTER desenvolvido por Chamberlain escreve um livro de modo autônomo. O robô “WABOT-2” lê partituras musicais e toca orgão.
A partir da década de 80 os Sistemas Especialistas entraram em operação nos EUA. Os Sistemas Especialistas permitem o armazenamento e o processamento de regras de produção do tipo:
SE antecedente ENTÃO consequente1
SENÃO consequente2
Nos Sistemas Especialistas as regras são armazenadas em uma base de dados de conhecimento, são escritas em linguagem natural (estruturada), porém, dependem de um especialista em determinado assunto para a criação das regras. Nesse tipo de sistema é possível explicar o raciocínio associado à conclusão, possibilitando processos de auditoria. Porém, o sistema é baseado somente em regras, não sendo capaz de “aprender sozinho”, ou melhor, não consegue aprender sobre os dados e gerar novas regras.
Os Sistemas Especialistas incorporaram a técnica baseada em casos, que consiste na similaridade de novas situações ou novos casos com outros previamente resolvidos com sucesso. Um sistema deste tipo é capaz de reconhecer similaridades entre um caso a ser resolvido e outro existente em sua base de conhecimento.
As aplicações dos Sistemas Especialistas abrange uma variedade de problemas de produção, economia, biomedicina, tomadas de decisão, classificação e otimização. Aplicações típicas são: automação industrial, classificação de contas bancárias, detecção de fraudes, otimização de investimentos, etc.
Assim, os Sistemas Especialistas foram e são o grande legado da IA para as áreas de engenharia e de produção de uma maneira geral.
Referências:
Notas de Aula Prof. Paulo E. M. Almeida / CEFET-MG – Inteligência Computacional